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Quem é o responsável por nossas expectativas?


Foco no objeto de projeção, o nome dele é aquele que você insiste em lembrar quando pensa em uma tarde de sol agradável no parque. É um objeto animado, tem vida própria, e apesar da idealização feita por você, ele pensa.


Nos seus sonhos pode ser que não, mas na vida real ele consegue passar um dia inteiro sem olhar se tem alguma mensagem sua na caixa de entrada. Repare nas suas unhas ruídas, mire na tela do celular e observe o quanto seus olhos gritam “ei, goste de mim” quando por acaso se encontram.


Não adianta escutar por 10 vezes seguidas a música que ele postou no facebook, não tem nenhuma mensagem subliminar, esqueça o celular, a mensagem não vai chegar, pelo menos não a dele, chegará aquela daquele cara que te fez o objeto de projeção dele, chegará a da sua mãe perguntando se tirou a roupa do varal, e aquela da sua tia te desejando uma boa tarde, mas a dele não.


Aceite que as expectativas que você cria são todas sobre você. Sua imaginação projeta como seria ser abraçada por aquela pessoa, a lembrança daquele sorriso ao acaso vem e você o constrói em uma outra situação, é como tirar uma frase do contexto.


A obsessão e o delírio fundem-se com a vontade reprimida e te faz beirar a esquizofrenia, alimentou sua imaginação e criou um personagem com o mesmo sorriso, os mesmos gestos, a mesma voz, o mesmo cheiro, mas toda essa construção foi à base de uma pressuposta personalidade.


O falso convêm, atrai, as lembranças de algo que nunca existiu ecoa e o que resta é a sua individualidade amando algo criado e sendo ignorada pelo objeto que pensa. A idealização não está mais sob controle e apenas um gesto do objeto é material para variadas interpretações.

Tudo no mundo é sem significado, quem atribui significado às coisas somos nós, fazemos uma mistura das coisas que acreditamos com nosso anseios e sonhos e tentamos relacioná-las com algo ou alguém, o imaginado supera a realidade e o colega de classe ou a irmã do seu melhor amigo vira o objeto de projeção.

É aí, quando atribuímos significado de valor transcendental à algo anteriormente inexistente é que nasce a expectativa, que por sua vez cobre a realidade com uma fumaça preta. Em meio a tantas decepções eu ainda não descobri como evitar a famigerada expectativa de que aquela pessoa corresponda seus sentimentos ou a de que a pessoa seja exatamente como era na sua cabeça.


O que eu tento fazer é entender que tudo que eu cultivei a cerca daquela pessoa e inteiramente de responsabilidade minha, ela não é culpada pelas minhas fantasias, logo, se torna mais fácil aceitar que na verdade ela não era tudo aquilo.


Enfim, aceitar que na realidade você é apaixonada por uma ilusão, pelo que você projetou da pessoa é, talvez a coisa mais importante a ser feita com relação aos seus anseios, não cair no desespero emocional é a tarefa mais difícil quando se trata de um amor platônico, mas esse assunto vamos deixar para um outro artigo.


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